CASTRO DO CABEÇO DO COUÇO

Da designada Idade dos Metais, período que começa no primeiro milénio a.C. e termina já sob o domínio romano, há registo de alguns castros no concelho de Vouzela, nomeadamente o Cabeço do Couço em Campia.

Nos inícios do 1º milénio a. C. as populações começaram a ocupar locais estratégicos de defesa, normalmente implantados em locais sobranceiros à paisagem envolvente, em pontos estratégicos de defesa, construindo um sistema defensivo composto por linhas de muralhas e fossos. Este tipo de povoados designam-se por castros.

Dominavam o espaço envolvente e dedicavam-se à exploração dos recursos naturais, quer para subsistência, como a recolha de frutos silvestres, quer para o fabrico de objetos em bronze e ferro, que usariam nas trocas comerciais e no uso interno, através da exploração mineira. Localizados nas proximidades de cursos de água e terrenos férteis, dedicavam-se a atividades agropecuárias como fonte de sobrevivência.

O Castro do Cabeço do Couço localiza-se na área da designada cultura castreja do Noroeste peninsular, espaço cuja fronteira meridional é o rio Vouga e o relevo especialmente predominante propicia este tipo de assentamento de povoados.

O sítio arqueológico, denunciado pela toponímia local, era conhecido apenas pelas populações, após a sua descoberta, houve a necessidade de salvaguardar este local e de se dar início a trabalhos de investigação. As escavações arqueológicas ocorreram no verão de 1997 numa plataforma do lado Norte. Localizado num cabeço bastante íngreme, com acesso a partir da EM332-2 entre Crasto e Campia, encontra-se implantado num local sobranceiro ao rio Alcofra, situado a Sul. Este Castro remonta provavelmente ao período do Bronze Final (1200 a. C. a 800 a. C.), perdurando a sua ocupação durante a Idade do Ferro. Não obstante, na escavação arqueológica do castro do Cabeço de Couço, concluiu-se que a ocupação mais intensa deste povoado ocorreu na Idade do Ferro. Na fase primária de escavação foi descoberto, na encosta Este, um troço de muralha de aparelho poligonal helicoidal e a existência de algumas estruturas murárias. Na vertente Norte, é visível a parede interna da muralha, as estruturas parietais de três casas circulares, uma delas parcialmente encostada à face interna da muralha, restos de um lajeado que faria parte do átrio de uma habitação ou de uma rua e uma pia. Este castro, segundo as escavações efetuadas, foi ocupado por uma povoação castreja romanizada, composto, essencialmente, por casas de planta circular.

Nas escavações arqueológicas aí realizadas recolheram mós circulares, cossoiros em cerâmica, metais em bronze e ferro e centenas de fragmentos de cerâmicas de uso doméstico, cujas tipologias e técnicas de fabrico remontam à Idade do Ferro.