IGREJA PAROQUIAL DE CAMPIA

Esta igreja existe desde tempos remotos.

Devido aos sucessivos aumentos de população, sofreu ampliações e transformações no decurso do século XVIII. Entre 1750/57 foi edificada uma nova fachada e o corpo da igreja foi ampliado. Contudo, a capela-mor, só ficou terminada em 1782 e é assim posterior ao resto do corpo que data de 1752. Este belo templo, de nave única e capela-mor possui talha dourada no retábulo mor e os púlpitos em estilo rococó. A fachada principal é do estilo barroco, mas de cariz popular.

O orago é S. Miguel Arcanjo e nos altares laterais encontram-se outras excelentes esculturas sacras. A Igreja na parte exterior apresenta pormenores em cantaria nos rodapés, nas esquinas da Igreja, Capela-Mor e Sacristias; nos frisos, cornija e pináculos, nas quatro esquinas da torre, na mesa inferior dos sinos e nas janelas na bandeira superior e avental inferior.

Já em 1758, nas Memórias Paroquiais, o vigário José Correia de Lacerda de Vasconcelos e Almeida descrevia a igreja de Campia e alertava para a degradação a que a imagem de Nª Srª do Rosário e a banqueta do altar de S. Miguel estava submetida, causada pelas intempéries “ O Orago he Sam Miguel Archanjo; tem quatro Altáres colletaraes dous da parte da Epistolla, hum em que está Sam Miguel Archanjo, e também o Sanctissimo Sacramento; outro em que está nossa Senhora do Rozario; e outros dous da parte do Evangelho o primeiro, em que está Sam Sebastiam; o segundo, em que está Sancto Antonio, e nam tem naves; porém he o corpo de Igreja mais magnífico, que tem o Real Padroado neste Bispado (…) a imagem de Nossa Senhora do Rozario, que sendo esta fabricada e estufada há menos de cinco anos está quazi desencarnada e a banqueta do Altar de Sam Miguel, em que está por necessidade o Santissimo Sacramento, vai apodrecendo por cauza dos impetuosos temporaes (…)”.

De igual modo, em 2003 foi constituído um Conselho Económico para arranjar fundos e dirigir os trabalhos de recuperação na Igreja Paroquial de Campia. Os trabalhos de restauro deram prioridade ao telhado que se apresentava bastante degradado: “o telhado estava já em tão mau estado que as infiltrações de água e humidade já tinham danificado algumas ornamentações interiores e móveis encostados às paredes. Nos beirais nasciam ervas (…)”, urgiam as obras, que tiveram início em maio de 2003.

Não obstante, realizaram obras em todas as paredes da igreja, entre as quais a substituição do reboco por um novo impermeabilizante, e mais tarde sofreram também obras de restauro a talha dourada dos altares e respetivas esculturas.

ESTELA DISCOIDE

Como imóvel de interesse arqueológico referimos a estela discoide que se encontra no adro da Igreja Paroquial de Campia.
Estela funerária decorada com motivos cruciformes, pertenceu ao cemitério medieval que envolvia o templo então existente, referido pela primeira vez nas Inquirições de Afonso III.